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HOMICÍDIOS EM QUEDA EM PERNAMBUCO


Republico esse trabalho porque traz notícias alvissareiras sobre um estado que passou muitos anos sem conseguir reduzir suas taxas de homicídio de maneira consistente

Gláucio Ary Dillon Soares


Tiros certeiros na violência

Publicado em 06.12.2009

Estado atingiu marca inédita: 12 meses seguidos de redução na taxa de assassinatos. Instituição de metas e cobranças para policiais integram a fórmula

Autor: Eduardo Machado

eduardomaxado@gmail.com


O delegado Moari Pimenta e os majores José Teles e José Barros são os funcionários do mês de outubro da Secretaria de Defesa Social (SDS). Responsáveis pela área integrada de segurança 25 (AIS-25), que compreende os municípios de Cabrobó e Santa Maria da Boa Vista, no Sertão, o delegado seccional e os dois oficiais, comandantes das companhias da PM da região, conseguiram reduzir o número de homicídios na área em 80%, em comparação com outubro do ano passado. Ganharam destaque no site da SDS encabeçando a lista dos gestores mais eficientes no enfrentamento da violência. A queda no número de crimes violentos letais intencionais (soma dos homicídios dolosos, latrocínios e lesões corporais seguidas de mortes) não se limitou ao Sertão. Espalhou-se por todo o Estado e atingiu no mês passado uma marca inédita: doze meses seguidos de diminuição, chegando a 12,3% de recuo com relação ao período anterior.

Medir o trabalho dos policiais e destacar os eficientes é apenas uma das estratégias de gestão implantadas pelo Governo do Estado na Secretaria de Defesa Social que estão sendo eficientes na diminuição da criminalidade. Vários personagens de fora das corporações policiais precisaram entrar em cena para que essa mudança se concretizasse. O primeiro é o próprio governador Eduardo Campos, que assumiu pessoalmente a coordenação do processo. O secretário de Planejamento, Geraldo Júlio, atuou como gestor do Pacto pela Vida porque tem autoridade para cobrar ações não só da SDS, mas de todas as outras pastas envolvidas na melhoria da segurança pública. Já o professor José Luiz Ratton, assessor especial do governador, teve importância fundamental na definição das bases para uma nova política de enfrentamento da criminalidade.

Até mesmo uma empresa de consultoria (Instituto de Desenvolvimento Gerencial) trabalhou no estudo, diagnóstico e planejamento para desatar os nós da administração no que se refere à Segurança Pública. A sacudida gerencial permitiu que o delegado sertanejo e seus colegas oficiais pudessem ser avaliados, medidos e destacados como forma de incentivo.

REVIRAVOLTA

Na década de 90, a cidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos, experimentou uma reviravolta no combate à violência com armas semelhantes. A face mais conhecida do programa, implementado pelo então prefeito Rudolph Giuliani, era a chamada Tolerância Zero contra o crime. No entanto, o mérito real estava no Compstat ou estatística computadorizadas. Um sistema muito parecido com o em uso em Pernambuco de acompanhamento e avaliação do desempenho policial por meio de índices criminais.

Apesar dos bons resultados no último ano, ainda há um longo caminho para que a população pernambucana possa sentir uma melhoria na segurança pública. O Estado de São Paulo completa este ano uma década de números de homicídios em queda. Mesmo assim, o medo da criminalidade ainda é uma realidade para a sociedade paulista.

“Estamos há quase uma década com reduções expressivas nos homicídios. No entanto, a sensação de melhoria na segurança ainda permanece mais restrita às áreas de periferia. Nas regiões de classe média, onde o maior problema sempre foram os crimes contra o patrimônio, o avanço tem maior dificuldade em ser percebido pelas pessoas”,

avaliou o pesquisador e chefe da Coordenadoria de Análise e Planejamento da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Túlio Kahn.