Arquivo da categoria: política de drogas e mortes violentas

Disque-Denúncia

Recebi do Zeca Borges: PM manda dois para a cadeia
Hora H Online

Agentes do Serviço Reservado (P-2) do 14º BPM (Bangu) prenderam em flagrante Diego Romário Grativos de Souza, de 19 anos, no final da
manhã de ontem na Favela Minha Deusa, em Realengo, Zona Oeste.

Segundo foi apurado, os militares foram averiguar uma informação do Disque-Denúncia e avistaram Diego na Rua Nogueira de Sá, com uma pistola Taurus,
calibre 9mm, 59 sacolés de cocaína e R$ 44,00 em espécie.  Também após informe do Disque-Denúncia, policiais do 14º BPM (Bangu) prenderam, três homens não identificados. Com o trio havia um revólver calibre 38 SPL, um revólver calibre 32 SPL, um radio-transmissor e pequena quantidade de entorpecentes.

Resolvi incluir essa notícia para ilustrar o potencial do Disque Denúncia e para a essencialidade da participação social no combate ao crime.

Mais presos, menos homicídios?

Uma entrevista do excelente criminólogo Túlio Khan nos enche de otimismo. A taxa de homicídios no Estado de São Paulo durante o primeiro trimestre de 2008 foi de 10,8 por 100 mil habitantes. A taxa máxima “aceitável” preconizada pela Organização Mundial da Saúde é de 10. É um número arbitrário como qualquer outro, mas tem um valor simbólico num sistema decimal porque abaixo dele estão as taxas de integrais com um digito só. A redução, em relação ao ano passado, foi, mais uma vez, significativa: menos 9% no trimestre. Túlio Khan, que dirige a Coordenadoria de Análise e Planejamento (CAP) da Secretaria de Segurança Pública, atribui a queda a vários fatores, inclusive um aumento no número de presos de de 55 mil em 1994 para 158 mil atualmente. Aliás, a política carcerária paulista foi muito criticada no Brasil pela “esquerda criminológica”, muito influenciada pelas idéias de Foucault. Porém, convém lembrar que a política que aumentou a população carcerária em cem mil é a mesma que reduziu os homicídios, salvando 50 mil vidas desde 1999. Para cada dois presos a mais desde 1994, uma vida salva desde 1999.
Evidentemente, como já salientamos nesse blog, há um notável efeito do Estatuto do Desarmamento. Porém, em São Paulo, a política do desarmamento começou antes, em 1999. A polícia apreende nada menos do que dez mil armas mensalmente. A parte mais interessante, mas menos trabalhada na entrevista, foi a referente à melhoria da própria polícia, aquilo que Kahn chama de “gestão”. O número de medidas é grande demais para apresentar numa lista, mas a polícia dispõe, hoje, através do Infocrim de muitos dados e informações em áreas diferentes que tem interesse para a ação policial.

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Descriminalizar ou não descriminalizar, eis a questão

       As drogas geraram problemas tão sérios na vida dos brasileiros que muitos decidiram apoiar seja a descriminalização, seja a legalização como uma solução mágica para a violência que nos afeta quotidianamente. Eu acredito que uma ou outra acarretariam uma redução de um tipo de homicídios, os diretamente vinculados à comercialização das drogas e à sua repressão. Porém, a possível rdução dos homicídios é, apenas, uma das consequências.  O crescimento do consumo, que é esperado, gera, de acordo com abundantes pesquisas, um sério problema com o aumento de suicídios, de depressões e de surtos psicóticos.  Abaixo faço uma listagem e uma breve descrição de algumas dessas pesquisas.

Ver Bovasso, GB. Cannabis abuse as a risk factor for depressive symptoms. The American Journal of Psychiatry, 158:2033–2037, 2001.

  • Outra pesquisa, de Greenblat, com adolescentes (de 12 a 17 anos) mostra que os que fumavam maconha semanalmente triplicavam o risco de ter ideações suicidas, em relação aos que não fumavam maconha.

Ver Greenblatt, J. Adolescent self-reported behaviors and their association with marijuana use. SAMHSA, 1998.

  • Uma opção metodológica simples é, simplesmente, saber se o adolescente fumou/não fumou maconha no último ano. E problemática porque não distingue entre níveis de consumo, mas Brook mostrou que o simples ter fumado (que inclui todos os que fumaram, muito, médio e pouco) triplicava os pensamentos sobre o suicídio, as ideações suicidas.

Ver Brook, JS et al. The effect of early marijuana use on later anxiety and depressive symptoms. NYS Psychologist, 35–40, 2001.

  • Evidentemente, existe o perigo de "endogenia genética", de que os que fumam teriam uma predisposição genética tanto a fumar quanto a doenças mentais e ao suicídio. Para esclarecer esse ponto, os estudos com gêmeos são essenciais. Numa pesquisa na qual um dos (ou das) gêmeos era dependente da maconha e outro(a) não, os dependentes tinham um risco quase três vezes mais alto de pensar sobre o suicídio e de tentar o suicídio do que os não dependentes.

Ver Lynskey, M et al. Major depressive disorder, suicidal ideation, and suicide attempt in twins discordant for cannabis dependence and early-onset cannabis use. Archives of General Psychiatry, 61:1026–1032, 2004.

  • O uso da maconha na juventude está relacionado com o risco de surtos psicóticos na vida adulta. Não são poucas as pesquisas que permitem essa conclusão.

Entre elas, ver Andreasson, S et al. Cannabis and schizophrenia: A longitudinal study of Swedish conscripts. Lancet, 26:1483–1486, 1987. Fergusson, DM et al. Cannabis dependence and psychotic symptoms in young people. Psychological Medicine, 33:15–21, 2003. van Os, J et al. Cannabis use and psychosis: a longitudinal population-based study. American Journal of Epidemiology, 156:319–327, 2002.

Para ver outras páginas com referência a drogas, clique nos títulos abaixo:
href=”http://conjunturacriminal.blogspot.com/2007/05/legalizao-das-drogas-e-o-aumento-dos.html”>A legalização das drogas e o aumento dos suicídios em Portugal
http://conjunturacriminal.blogspot.com/2007/05/legalizao-das-drogas-e-o-aumento-dos.html
Efeitos das campanhas contra o tráfico
Homicídios em Portugal (e no Brasil)
Os bons resultados da terapia familiar intensiva – III
Os bons resultados da terapia familiar intensiva – I
As taxas de suicídio em Portugal aumentaram muito. Por quê?
Um substituto mais barato para a metadona
Maconha e perda de memória
O efeito benéfico da “Lei Seca”

Descriminalizar ou não descriminalizar, eis a questão

       As drogas geraram problemas tão sérios na vida dos brasileiros que muitos decidiram apoiar seja a descriminalização, seja a legalização como uma solução mágica para a violência que nos afeta quotidianamente. Eu acredito que uma ou outra acarretariam uma redução de um tipo de homicídios, os diretamente vinculados à comercialização das drogas e à sua repressão. Porém, a possível rdução dos homicídios é, apenas, uma das consequências.  O crescimento do consumo, que é esperado, gera, de acordo com abundantes pesquisas, um sério problema com o aumento de suicídios, de depressões e de surtos psicóticos.  Abaixo faço uma listagem e uma breve descrição de algumas dessas pesquisas.

Ver Bovasso, GB. Cannabis abuse as a risk factor for depressive symptoms. The American Journal of Psychiatry, 158:2033–2037, 2001.

  • Outra pesquisa, de Greenblat, com adolescentes (de 12 a 17 anos) mostra que os que fumavam maconha semanalmente triplicavam o risco de ter ideações suicidas, em relação aos que não fumavam maconha.

Ver Greenblatt, J. Adolescent self-reported behaviors and their association with marijuana use. SAMHSA, 1998.

  • Uma opção metodológica simples é, simplesmente, saber se o adolescente fumou/não fumou maconha no último ano. E problemática porque não distingue entre níveis de consumo, mas Brook mostrou que o simples ter fumado (que inclui todos os que fumaram, muito, médio e pouco) triplicava os pensamentos sobre o suicídio, as ideações suicidas.

Ver Brook, JS et al. The effect of early marijuana use on later anxiety and depressive symptoms. NYS Psychologist, 35–40, 2001.

  • Evidentemente, existe o perigo de "endogenia genética", de que os que fumam teriam uma predisposição genética tanto a fumar quanto a doenças mentais e ao suicídio. Para esclarecer esse ponto, os estudos com gêmeos são essenciais. Numa pesquisa na qual um dos (ou das) gêmeos era dependente da maconha e outro(a) não, os dependentes tinham um risco quase três vezes mais alto de pensar sobre o suicídio e de tentar o suicídio do que os não dependentes.

Ver Lynskey, M et al. Major depressive disorder, suicidal ideation, and suicide attempt in twins discordant for cannabis dependence and early-onset cannabis use. Archives of General Psychiatry, 61:1026–1032, 2004.

  • O uso da maconha na juventude está relacionado com o risco de surtos psicóticos na vida adulta. Não são poucas as pesquisas que permitem essa conclusão.

Entre elas, ver Andreasson, S et al. Cannabis and schizophrenia: A longitudinal study of Swedish conscripts. Lancet, 26:1483–1486, 1987. Fergusson, DM et al. Cannabis dependence and psychotic symptoms in young people. Psychological Medicine, 33:15–21, 2003. van Os, J et al. Cannabis use and psychosis: a longitudinal population-based study. American Journal of Epidemiology, 156:319–327, 2002.

Para ver outras páginas com referência a drogas, clique nos títulos abaixo:
href=”http://conjunturacriminal.blogspot.com/2007/05/legalizao-das-drogas-e-o-aumento-dos.html”>A legalização das drogas e o aumento dos suicídios em Portugal
http://conjunturacriminal.blogspot.com/2007/05/legalizao-das-drogas-e-o-aumento-dos.html
Efeitos das campanhas contra o tráfico
Homicídios em Portugal (e no Brasil)
Os bons resultados da terapia familiar intensiva – III
Os bons resultados da terapia familiar intensiva – I
As taxas de suicídio em Portugal aumentaram muito. Por quê?
Um substituto mais barato para a metadona
Maconha e perda de memória
O efeito benéfico da “Lei Seca”

Descriminalizar ou não descriminalizar, eis a questão

       As drogas geraram problemas tão sérios na vida dos brasileiros que muitos decidiram apoiar seja a descriminalização, seja a legalização como uma solução mágica para a violência que nos afeta quotidianamente. Eu acredito que uma ou outra acarretariam uma redução de um tipo de homicídios, os diretamente vinculados à comercialização das drogas e à sua repressão. Porém, a possível rdução dos homicídios é, apenas, uma das consequências.  O crescimento do consumo, que é esperado, gera, de acordo com abundantes pesquisas, um sério problema com o aumento de suicídios, de depressões e de surtos psicóticos.  Abaixo faço uma listagem e uma breve descrição de algumas dessas pesquisas.

Ver Bovasso, GB. Cannabis abuse as a risk factor for depressive symptoms. The American Journal of Psychiatry, 158:2033–2037, 2001.

  • Outra pesquisa, de Greenblat, com adolescentes (de 12 a 17 anos) mostra que os que fumavam maconha semanalmente triplicavam o risco de ter ideações suicidas, em relação aos que não fumavam maconha.

Ver Greenblatt, J. Adolescent self-reported behaviors and their association with marijuana use. SAMHSA, 1998.

  • Uma opção metodológica simples é, simplesmente, saber se o adolescente fumou/não fumou maconha no último ano. E problemática porque não distingue entre níveis de consumo, mas Brook mostrou que o simples ter fumado (que inclui todos os que fumaram, muito, médio e pouco) triplicava os pensamentos sobre o suicídio, as ideações suicidas.

Ver Brook, JS et al. The effect of early marijuana use on later anxiety and depressive symptoms. NYS Psychologist, 35–40, 2001.

  • Evidentemente, existe o perigo de "endogenia genética", de que os que fumam teriam uma predisposição genética tanto a fumar quanto a doenças mentais e ao suicídio. Para esclarecer esse ponto, os estudos com gêmeos são essenciais. Numa pesquisa na qual um dos (ou das) gêmeos era dependente da maconha e outro(a) não, os dependentes tinham um risco quase três vezes mais alto de pensar sobre o suicídio e de tentar o suicídio do que os não dependentes.

Ver Lynskey, M et al. Major depressive disorder, suicidal ideation, and suicide attempt in twins discordant for cannabis dependence and early-onset cannabis use. Archives of General Psychiatry, 61:1026–1032, 2004.

  • O uso da maconha na juventude está relacionado com o risco de surtos psicóticos na vida adulta. Não são poucas as pesquisas que permitem essa conclusão.

Entre elas, ver Andreasson, S et al. Cannabis and schizophrenia: A longitudinal study of Swedish conscripts. Lancet, 26:1483–1486, 1987. Fergusson, DM et al. Cannabis dependence and psychotic symptoms in young people. Psychological Medicine, 33:15–21, 2003. van Os, J et al. Cannabis use and psychosis: a longitudinal population-based study. American Journal of Epidemiology, 156:319–327, 2002.

Para ver outras páginas com referência a drogas, clique nos títulos abaixo:
href=”http://conjunturacriminal.blogspot.com/2007/05/legalizao-das-drogas-e-o-aumento-dos.html”>A legalização das drogas e o aumento dos suicídios em Portugal
http://conjunturacriminal.blogspot.com/2007/05/legalizao-das-drogas-e-o-aumento-dos.html
Efeitos das campanhas contra o tráfico
Homicídios em Portugal (e no Brasil)
Os bons resultados da terapia familiar intensiva – III
Os bons resultados da terapia familiar intensiva – I
As taxas de suicídio em Portugal aumentaram muito. Por quê?
Um substituto mais barato para a metadona
Maconha e perda de memória
O efeito benéfico da “Lei Seca”

Não sai barato: a morte de Shawn Bridges

Shawn Bridges era um chofer de caminhão que se viciou em anfetaminas, uma droga sintética de crescente uso. Sua morte, aos 35 anos, não causaria interesse de ninguém fora do restrito círculo de familiares e amigos. Afinal, um chofer de caminhão de Missouri…
Mas causou. Shawn Bridges preparou um vídeo de 29 minutos, chamado “No More Sunsets” onde mostrava o inferno porque passou por causa das anfetaminas. Detalhou o estrago causado no seu corpo com impressionante detalhe. Infelizmente, não é de livre distribuição, mas pode ser obtido por vinte dólares.

Bridges infartou aos 26; o infarte foi provocado pelas anfetaminas. O vídeo o mostra com cateter e alimentação endovenosa. O coração de Bridges parou duas vezes, mas os médicos conseguiram fazê-lo bater mais um tempo. É a luta entre a medicina que salva e a droga que destrói.

O pai, Jack, disse que o filho achou que a morte não foi em vão, que o filho não queria que ninguém passasse pelo que êle passou. O vídeo foi distribuído amplamente, inclusive do outro lado do mundo, “down under”, na Austrália. Foi matéria da TV alemã. O mérito de Bridges é ter feito isso com um corpo destruído, sabendo que estava morrendo.

As drogas sintéticas representam uma grande ameaça porque algumas podem ser fabricadas em laboratórios de fundos de quintal.
Quantos Bridges, Manolos ou Zés morrem diariamente sem que ninguém saiba ou se importe?

Não sai barato: a morte de Shawn Bridges

Shawn Bridges era um chofer de caminhão que se viciou em anfetaminas, uma droga sintética de crescente uso. Sua morte, aos 35 anos, não causaria interesse de ninguém fora do restrito círculo de familiares e amigos. Afinal, um chofer de caminhão de Missouri…
Mas causou. Shawn Bridges preparou um vídeo de 29 minutos, chamado “No More Sunsets” onde mostrava o inferno porque passou por causa das anfetaminas. Detalhou o estrago causado no seu corpo com impressionante detalhe. Infelizmente, não é de livre distribuição, mas pode ser obtido por vinte dólares.

Bridges infartou aos 26; o infarte foi provocado pelas anfetaminas. O vídeo o mostra com cateter e alimentação endovenosa. O coração de Bridges parou duas vezes, mas os médicos conseguiram fazê-lo bater mais um tempo. É a luta entre a medicina que salva e a droga que destrói.

O pai, Jack, disse que o filho achou que a morte não foi em vão, que o filho não queria que ninguém passasse pelo que êle passou. O vídeo foi distribuído amplamente, inclusive do outro lado do mundo, “down under”, na Austrália. Foi matéria da TV alemã. O mérito de Bridges é ter feito isso com um corpo destruído, sabendo que estava morrendo.

As drogas sintéticas representam uma grande ameaça porque algumas podem ser fabricadas em laboratórios de fundos de quintal.
Quantos Bridges, Manolos ou Zés morrem diariamente sem que ninguém saiba ou se importe?

O porquê da Lei Sêca : uma pesquisa na Finlândia

Philippe Lunetta, Antti Penttilä, Seppa Sarna, todos do Department of Forensic Medicine (PL, AP) e do Department of Public Health (SS), University of Helsinki, Finland (2001), “The Role of Alcohol in Accident and Violent Deaths in Finland” Alcoholism: Clinical and Experimental Research 25 (11), 1654–1661 estudaram a relação entre o consumo de álcool e as mortes violentas na Finlândia. É um de muitos estudos com resultados semelhantes. Considerações e conclusões:

• A Finlândia é um país exemplarmente organizado. As altas taxas de necrópsia forense e de toxicologia postmortem proporcionam um database confiável sobre o impacto do álcool sobre as mortes violentas.
• Os autores usaram dados de população e de mortalidade de 1987 a 1996. Durante esse período, mais de dez mil das 45 mil mortes violentas estavam associadas a um resultado positivo no exame toxicológico de álcool. Na faixa de 15 a 64 anos, 29% dos acidentes, 31% dos suicídios e 55% dos homicídios estavam relacionados com o consumo de álcool. Em jovens adultos, o consumo de álcool é o principal fator que contribui para a morte violenta.
• A linha dura adotada na Finlândia em relação ao alcoolismo e às drogas não é arbitrária. Há muitas pesquisas que demonstram que ela salva vidas.


• E no Brasil, quais são os dados?
• Não sabemos.
Precisamos equipar nossos mestres e doutores para pesquisar os problemas do país e proporcionar conhecimento para a implementação de políticas públicas inteligentes.
Pesquisa Já!

O porquê da Lei Sêca : uma pesquisa na Finlândia

Philippe Lunetta, Antti Penttilä, Seppa Sarna, todos do Department of Forensic Medicine (PL, AP) e do Department of Public Health (SS), University of Helsinki, Finland (2001), “The Role of Alcohol in Accident and Violent Deaths in Finland” Alcoholism: Clinical and Experimental Research 25 (11), 1654–1661 estudaram a relação entre o consumo de álcool e as mortes violentas na Finlândia. É um de muitos estudos com resultados semelhantes. Considerações e conclusões:

• A Finlândia é um país exemplarmente organizado. As altas taxas de necrópsia forense e de toxicologia postmortem proporcionam um database confiável sobre o impacto do álcool sobre as mortes violentas.
• Os autores usaram dados de população e de mortalidade de 1987 a 1996. Durante esse período, mais de dez mil das 45 mil mortes violentas estavam associadas a um resultado positivo no exame toxicológico de álcool. Na faixa de 15 a 64 anos, 29% dos acidentes, 31% dos suicídios e 55% dos homicídios estavam relacionados com o consumo de álcool. Em jovens adultos, o consumo de álcool é o principal fator que contribui para a morte violenta.
• A linha dura ao excesso do álcool e das drogas adotada na Finlândia em relação ao alcoolismo e às drogas não é arbitrária. Há muitas pesquisas que demonstram que ela salva vidas.

• E no Brasil, quais são os dados?
• Não sabemos.

Precisamos equipar nossos mestres e doutores para pesquisar os problemas do país e proporcionar conhecimento para a implementação de políticas públicas inteligentes.
Pesquisa Já!

O porquê da Lei Sêca : uma pesquisa na Finlândia

Philippe Lunetta, Antti Penttilä, Seppa Sarna, todos do Department of Forensic Medicine (PL, AP) e do Department of Public Health (SS), University of Helsinki, Finland (2001), “The Role of Alcohol in Accident and Violent Deaths in Finland” Alcoholism: Clinical and Experimental Research 25 (11), 1654–1661 estudaram a relação entre o consumo de álcool e as mortes violentas na Finlândia. É um de muitos estudos com resultados semelhantes. Considerações e conclusões:

• A Finlândia é um país exemplarmente organizado. As altas taxas de necrópsia forense e de toxicologia postmortem proporcionam um database confiável sobre o impacto do álcool sobre as mortes violentas.
• Os autores usaram dados de população e de mortalidade de 1987 a 1996. Durante esse período, mais de dez mil das 45 mil mortes violentas estavam associadas a um resultado positivo no exame toxicológico de álcool. Na faixa de 15 a 64 anos, 29% dos acidentes, 31% dos suicídios e 55% dos homicídios estavam relacionados com o consumo de álcool. Em jovens adultos, o consumo de álcool é o principal fator que contribui para a morte violenta.
• A linha dura adotada na Finlândia em relação ao alcoolismo e às drogas não é arbitrária. Há muitas pesquisas que demonstram que ela salva vidas.


• E no Brasil, quais são os dados?
• Não sabemos.
Precisamos equipar nossos mestres e doutores para pesquisar os problemas do país e proporcionar conhecimento para a implementação de políticas públicas inteligentes.
Pesquisa Já!