Arquivo da categoria: drogas e suicídio

Mulheres no tráfico de maconha

Recebi do Zeca Borges:

Enquanto você vibrava com as atuações de Marta, Cristiane e Formiga na estreia da seleção na Copa do Mundo…

Duas mulheres são presas com oito tabletes de maconha em Piraí, RJ
Flagrante aconteceu dentro de ônibus, próximo a rodoviária, no Centro. Conselho Tutelar foi acionado, pois uma delas estava com filho de dois anos.
G1.GLOBO.COM

Crescem os homicídios em Campina Grande

Silvana Torquato, publicado no Jornal da Paraíba, 27.03.11

A banalização da violência, sobretudo o dano à vida, tem sido um dos maiores problemas enfrentados pela sociedade brasileira. Em Campina Grande, cidade localizada no Agreste paraibano, a realidade não é diferente, pois a cada ano o número de homicídios vem crescendo e jovens em idade produtiva são as principais vítimas.

Nos últimos cinco anos, 690 pessoas foram assassinadas na cidade por inúmeros motivos, sem contabilizar os dados deste ano, que já somam 32 até a última quinta-feira, dia 24. Fazendo um balanço desse aumento, pode-se afirmar que houve um crescimento de 53% se comparado os dados de 2006 (123 homicídios) com os de 2010 (189). Nesse período de cinco anos (2006 a 2010), o ano mais violento foi o de 2010, com 189 assassinatos, ou seja, a cada dois dias uma pessoa morreu de forma violenta na cidade. “Isso se deve também por ter sido um ano eleitoral, onde as discussões entre as pessoas ficaram mais acirradas”, disse a delegada de Homicídios de Campina Grande, Cassandra Guimarães. E o meio mais empregado para tirar a vida de uma pessoa continua sendo a arma de fogo, com 426 registros, representando 61,7% do total de assassinatos nesse período. Outro ponto de destaque nessa violência urbana é que jovens entre 18 e 24 anos representam a maioria dos homicídios, 226, vindo em seguida pela faixa etária de 35 a 64 anos, que são 113.

Para a delegada de Homicídios de Campina Grande, Cassandra Guimarães, a maioria dos crimes que aconteceu no município foram motivados por relações interpessoais, quando há uma rixa, motivo de vingança e cobrança de dívida. “Mesmo tendo forte atuação na cidade, o tráfico de drogas aparece nessas estatísticas como pano de fundo na prática desses homicídios. O que leva uma pessoa a cometer um crime são mais as discussões, que em muitos casos, são por motivo fútil”, afirmou.

Outra preocupação dos órgãos de segurança e que também é um dos principais fatores para a prática de assassinatos na cidade é o alto índice de pessoas que andam armadas e encontram facilidade para comprar armas de fogo. “Precisaríamos um trabalho mais social para que esses jovens fossem desarmados, isso ajudaria em muito a diminuição nos casos de homicídio. Teríamos que combater o mal na fonte e coibir de vez a venda de armas”, enfatizou.

Cinco localidades também foram apontadas pela Polícia Civil como sendo as mais violentas da cidade onde aconteceram mais homicídios entre 2006 e 2010: José Pinheiro (50), Pedregal (48), Bodocongó (41), Centro (40) e o distrito de São José da Mata (31). Um destaque nesses números é o aumento de crimes cometidos no Centro da cidade. Considerado por muitos, como lugar de muita movimentação e merecimento de maior atenção por parte das forças policiais, já que se caracteriza como área comercial, onde inclui bancos e lojas, o Centro de Campina Grande se apresentou nesses últimos cinco anos com um elevado número de homicídios.

Na avaliação de Cassandra Guimarães, José Pinheiro e Pedregal já são, historicamente, considerados bairros violentos, com incidência maior de crimes. “Nesses casos, seria necessário uma atuação maior da força policial ostensiva e à medida que se faz um trabalho mais preventivo nessas áreas, o número de homicídios tende a diminuir”, afirmou. Já em relação ao Centro, a delegada disse que o índice de crimes aumentou por ser uma área de lazer, onde se concentra grande aglomeração de pessoas em bares e outros empreendimentos festivos.

O cientista político e professor da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), José Maria Nóbrega aponta vários fatores para esse aumento de homicídios na cidade, que é considerada de médio porte. Mesmo tendo uma melhoria no âmbito socioeconômico, reduzindo, assim, a pobreza e a desigualdade, o aumento da renda familiar e a fragilidade das instituições de coerção terminaram contribuindo para esse alto índice de assassinatos nos últimos anos. “Se não melhorar a qualidade da polícia e implantar mais políticas públicas, essa tendência só tende a crescer”, afirmou.

Hoje, a Delegacia de Homicídios trabalha com dois delegados, Cassandra Guimarães (titular) e Francisco Assis da Silva (adjunto), oito agentes e dois escrivães.


Drogas e violência na Paraíba

Violência, tráfico de drogas e homicídios na Paraíba

Escrito e enviado por
Por José Maria Nóbrega, professor e pesquisador da UFCG


Em matéria publicada em jornal de grande circulação no estado da Paraíba, foi divulgada a notícia na qual há oferta – com demanda também crescente – cada vez maior de drogas no sertão e na capital paraibanos. Estimulado por tal informação, fui analisar mais pormenorizadamente os dados de violência de alguns municípios os quais foram citados na matéria como sendo os mais críticos.

“No caso do Sertão, nas cidades de São Bento, Patos, Santa Luzia e Princesa Isabel existiria o maior fluxo de entorpecentes. Nos locais onde existirem consumidores os traficantes chegam. As drogas estão cada vez mais sendo transportadas para o interior, porque lá as pessoas também têm poder aquisitivo. Um exemplo é a cidade de São Bento, onde há uma forte movimentação de dinheiro do comércio de redes e por conseqüência tem crescido também o tráfico de cocaína”, afirmou um delegado do GOE paraibano.

As afirmações acima são muito importantes por dois motivos:

1. o crime migra, e isso vem ocorrendo no Nordeste inteiro como conseqüência da diminuição dos espaços no Sudeste (sobretudo no Rio de Janeiro e em São Paulo);

2. a relação com a pobreza é nula. Ao contrário do que se pensa, a diminuição dela também vem estimulando o consumo de drogas.

Claro que a pobreza é um mal que deve ser extirpado da sociedade brasileira, contudo, no que tange à violência, o simples fato de arrefecê-la não traz relação causal com a violência.

Utilizando o exemplo citado pelo delegado do GOE, analisarei brevemente os dados de homicídios de São Bento e Patos, cidades sertanejas que vêm tendo destaque também na violência homicida. As mortes resultadas de agressão, sobretudo de arma de fogo, nessas cidades cresceram significativamente.

São Bento tem uma taxa de 49,4 homicídios por cada grupo de cem mil habitantes (dados de 2009) – quase cinco vezes maior do que o tolerável, segundo as Nações Unidas e a Organização Mundial de Saúde. Foram 15 pessoas assassinadas em 2009, em 2008 foram quatro mortes desse tipo, ou seja, mais que triplicou os números absolutos de homicídios nessa cidade de um ano para o outro.

Outra cidade importante do sertão paraibano, Patos, aparece em situação semelhante à de São Bento. Entre 2005 e 2009 houve crescimento linear nos seus números de homicídios, saltando de 12 assassinatos, em 2005, para 58 em 2009. Situada em nono lugar no ranking das cidades mais violentas por taxas de homicídios na Paraíba, Patos tem uma taxa de 51,6 homicídios por cem mil habitantes. Ou seja, a violência é crescente e visível, mas pode ser controlada. Porém, tem de ter vontade política!

Dito isto, algumas hipóteses podem ser levantadas:

1ª. Há oportunidade potencial em cidades do sertão paraibano para a prática de tráfico de drogas, comércio ilegal de armas, roubos e assaltos;

2ª. Com espaços abertos ao tráfico de drogas e a facilidade de se levantar recursos advindos dos roubos e assaltos (devemos destacar as explosões contínuas dos caixas eletrônicos), crimes como os homicídios tendem a crescer;

3ª. A marginalidade com maior poder econômico, a formação de grupos organizados criminosos, fica mais fácil o recrutamento de agentes corruptos do estado para a facilitação de suas atividades criminosas.

As instituições responsáveis pela segurança pública devem criar estratégias que superem as políticas públicas concentradas na região metropolitana (grande João Pessoa) e foque, também, nas cidades do interior, sobretudo aquelas com histórico de tráfico e de violência homicida crescente. Como pude ver na matéria, a polícia tem informações importantes que serão valiosas para uma política de gestão pública democrática na área da segurança pública. A sociedade paraibana clama pela redução dos espaços para a criminalidade e isso é perfeitamente possível!


Mais aresultados do Disque-Denúncia

Informação do Zéca Borges:

Policiais do 14º BPM (Bangu) apreenderam, há pouco, sete fuzis dentro de uma cisterna, na favela Vila Vintém, em Padre Miguel. Os policiais fizeram a incursão na comunidade para checar a informação do armazenamento das armas que foram recebidas pelo Disque-Denúncia (2253-1177). Além das armas foram apreendidos ainda grande quantidade de drogas, carregadores e munição. É a sociedade ajudando a polícia em benefício de ambos.

Converse com seus filhos e filhas

Estabelecer uma comunicação, honesta e direta, com seus filhos e filhas, mesmo quando o comportamento deles deixe a desejar, é muito importante para o bem deles e o seu também. Filhos deprimidos, filhos drogados, precisam de alguém para conversar e aconselhá-los, não apenas censurá-los. Estabelecer limites, dar obrigações, exigir respeito e cumprimento de obrigações escolares e da vida são muito importantes, particularmente para evitar que seus filhos e filhas experimentem além do saudável. A comunicação é útil e necessária inclusive quando eles usam drogas.
É muito mais fácil prevenir e evitar do que recuperar um drogado.
Desenvolva o bom hábito de conversar com seus filhos e filhas todos os dias. El@s precisam saber que podem contar com o bom-senso, conselho, apoio e amizade e não apenas limitações, censuras e pancadas. A comunicação com filh@s se estabelece desde cedo. Os pais devem ser as pessoas com quem filh@s se comunicam quando precisam. Essa interação constante ensina você e parceir@ a compreender bem seus filhos.
Se um deles desenvolver problemas com cigarros, bebida ou drogas, será mais fácil que busque vocês se os canais de comunicação estiverem abertos e as comunicações forem freqüentes. Entenda que comunicação boa e freqüente não é sinônimo de perda da autoridade paterna ou materna, nem de adoção de uma política permissiva, sem limites nem obrigações.
No que concerne bebidas alcoólicas e drogas – esses amigos do peito do fracasso escolar, da depressão e do suicídio – é importante que a fonte de iinformação seja fidedigna e não coleguinhas dele ou dela. Não há razão para terrorismo nem para passar informações falsas do lado conservador. A realidade já é aterrorizante, sem precisar de exageros que desmoralizam quem os relata.
Essa recomendação – fale com os filhos – supõe que você, como pai ou mãe, supere algumas de suas próprias limitações.Talvez você não tenha o conhecimento necessário para instruir seus filhos a respeito dos males do alcoolismo e das drogas, assim como da delinqüência. Tente adquirir esse conhecimento e/ou direcionar seu filho ou filha para quem o tenha. Nós, pais, não nascemos feitos – temos que nos preparar para sermos pais e mães.
O objetivo dessa conversa minha com vocês é salientar que ser pai ou mãe requer treinamento e preparação. Infelizmente, parte muito grande da população age como se ser bom pai ou mãe faça parte da ordem natural das coisas, que a gente nasce com essas qualidades. Não nasce não.
Temos que nos preparar. Em qualquer nível, desde analfabeto até professor universitário com doutorado e tudo, TODOS podemos aprender e melhorar. Podemos e devemos. Assim, leia, busque informações, aprenda e, sobretudo, converse com seus filhos e filhas.

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A legalização das drogas e o aumento dos suicídios em Portugal

Na Quinta-feira, Dezembro 28, 2006, eu postei As taxas de suicídio em Portugal aumentaram muito. Por quê? que segue abaixo. A atualização vem depois.

A taxa de suicídio em Portugal dobrou em dois anos – 2002 e 2003 – e o número atingiu 1100 suicídios por ano. Em Portugal eram registrados perto de 500 suicídios por ano.

Portugal tem sérios problemas no que concerne as estatísticas do suicídio, que são deficientes. Porém, uma explicação com muitas implicações seria a legalização radical das drogas, levada a cabo em julho de 2001. Os dados de 2004 e 2005 poderão dar os parâmetros do aumento observado.

Portugal dispõe de um centro sério de estudos sobre suicídios e realiza as Jornadas sobre Comportamentos Suicidários, embora o número de pesquisadores seja pequeno.

Como em outros países, as taxas variam muito dentro de Portugal, colocando Alentejo, Algarve e a Grande Lisboa entre as áreas com taxas mais altas.

Maio de 2007

A política portuguesa tem sido chamada de audaciosa, progressista e outros qualificativos positivos. Porém, os dados atá agora mostram, apenas, que ela foi irresponsável e, literalmente, suicida.

As estatísticas portuguesas deixam muito a desejar, mas as que conseguimos são suficientes para demonstrar o rápido crescimento dos suicídios logo após a aprovação da lei. O número absoluto de suicídios dobrou nos dois anos após a aprovação da lei, 2002 e 2003. Um salto de 500 para mil não se deve ao acaso. Mas há quem argumente que o tempo de observação é curto.

Há dados sobre 2004.

Em 2000, o número de anos perdidos pelos suicídios por 100 mil hbs (até 70 anos) era de 115 para homens e de 27 para mulheres. 2000 foi o último ano integralmente vivido antes da lei. Em 2003, a mesma taxa – número de anos de vida perdidos por 100 mil hbs – saltou para 290 entre homens e 79 entre mulheres. Atingiu o teto? Não. Em 2004 a taxa continuou aumentando – 313 para homens e 88 para mulheres.


É comum vermos zangões com cérebros minúsculos propondo soluções milagrosas para a violência no Brasil; entre elas, a legalização das drogas.  Não há soluções milagrosas: há propostas irresponsáveis. O cálculo das perdas e ganhos estimados com a legalização das drogas não foi feito; Qualquer cálculo deve incluir vidas salvas e vidas perdidas, além de várias outras informações relativas a custo, a dias de trabalho perdidos e mais.


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Para ver outras páginas com referência a drogas, clique nos títulos abaixo:
href=”http://conjunturacriminal.blogspot.com/2007/05/legalizao-das-drogas-e-o-aumento-dos.html”>A
legalização das drogas e o aumento dos suicídios em Portugal
http://conjunturacriminal.blogspot.com/2007/05/legalizao-das-drogas-e-o-aumento-dos.html
Efeitos das campanhas contra o tráfico
http://conjunturacriminal.blogspot.com/2007/02/efeitos-das-campanhas-contra-o-trfico.html
Homicídios em Portugal (e no Brasil)
http://conjunturacriminal.blogspot.com/2007/01/homicdios-em-portugal-e-no-brasil.html
Os bons resultados da terapia familiar intensiva – III
http://conjunturacriminal.blogspot.com/2007/01/os-bons-resultados-da-terapia-familiar_5472.html
Os bons resultados da terapia familiar intensiva – I
http://conjunturacriminal.blogspot.com/2007/01/os-bons-resultados-da-terapia-familiar.html
As taxas de suicídio em Portugal aumentaram muito. Por quê?
http://conjunturacriminal.blogspot.com/2006/12/as-taxas-de-suicdio-em-portugal.html
Um substituto mais barato para a metadona
http://conjunturacriminal.blogspot.com/2006/12/um-substituto-mais-barato-para-metadona.html
Maconha e perda de memória
http://conjunturacriminal.blogspot.com/2006/10/maconha-e-perda-de-memria.html
O efeito benéfico da “Lei Seca”
http://conjunturacriminal.blogspot.com/2006/08/o-efeito-benfico-da-lei-seca.html

A legalização das drogas e o aumento dos suicídios em Portugal

Na Quinta-feira, Dezembro 28, 2006, eu postei As taxas de suicídio em Portugal aumentaram muito. Por quê? que segue abaixo. A atualização vem depois.

A taxa de suicídio em Portugal dobrou em dois anos – 2002 e 2003 – e o número atingiu 1100 suicídios por ano. Em Portugal eram registrados perto de 500 suicídios por ano.

Portugal tem sérios problemas no que concerne as estatísticas do suicídio, que são deficientes. Porém, uma explicação com muitas implicações seria a legalização radical das drogas, levada a cabo em julho de 2001. Os dados de 2004 e 2005 poderão dar os parâmetros do aumento observado.

Portugal dispõe de um centro sério de estudos sobre suicídios e realiza as Jornadas sobre Comportamentos Suicidários, embora o número de pesquisadores seja pequeno.

Como em outros países, as taxas variam muito dentro de Portugal, colocando Alentejo, Algarve e a Grande Lisboa entre as áreas com taxas mais altas.

Maio de 2007

A política portuguesa tem sido chamada de audaciosa, progressista e outros qualificativos positivos. Porém, os dados atá agora mostram, apenas, que ela foi irresponsável e, literalmente, suicida.

As estatísticas portuguesas deixam muito a desejar, mas as que conseguimos são suficientes para demonstrar o rápido crescimento dos suicídios logo após a aprovação da lei. O número absoluto de suicídios dobrou nos dois anos após a aprovação da lei, 2002 e 2003. Um salto de 500 para mil não se deve ao acaso. Mas há quem argumente que o tempo de observação é curto.

Há dados sobre 2004.

Em 2000, o número de anos perdidos pelos suicídios por 100 mil hbs (até 70 anos) era de 115 para homens e de 27 para mulheres. 2000 foi o último ano integralmente vivido antes da lei. Em 2003, a mesma taxa – número de anos de vida perdidos por 100 mil hbs – saltou para 290 entre homens e 79 entre mulheres. Atingiu o teto? Não. Em 2004 a taxa continuou aumentando – 313 para homens e 88 para mulheres.


É comum vermos zangões com cérebros minúsculos propondo soluções milagrosas para a violência no Brasil; entre elas, a legalização das drogas.  Não há soluções milagrosas: há propostas irresponsáveis. O cálculo das perdas e ganhos estimados com a legalização das drogas não foi feito; Qualquer cálculo deve incluir vidas salvas e vidas perdidas, além de várias outras informações relativas a custo, a dias de trabalho perdidos e mais.


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Efeitos das campanhas contra o tráfico
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Homicídios em Portugal (e no Brasil)
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Os bons resultados da terapia familiar intensiva – III
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Os bons resultados da terapia familiar intensiva – I
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As taxas de suicídio em Portugal aumentaram muito. Por quê?
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Um substituto mais barato para a metadona
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Maconha e perda de memória
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O efeito benéfico da “Lei Seca”
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Suicídios entre jovens, doenças mentais e consumo de drogas na Nova Zelândia

Um estudo feito na Nova Zelândia comparou 129 jovens que tentaram seriamente o suicídio com 153 controles escolhidos aleatoriamente. Os que tentaram o suicídio tinham taxas muito altas de desordens mentais (90%), de comorbidade (tinham mais de uma desordem ou doença) – 54% – uma história de vida marcada por desordens psiquiátricas (90%) e tentativas anteriores de suicídio. No momento da tentativa os que tentaram tinha altos níveis de desordens afetivas (71%), dependência química e uso de drogas (39%) e outras desordens. A prevenção do suicídio de jovens passa pela assistência “psi”, inclusive diagnóstico correto e tratamento com base em conhecimento atualizado. Passa, também pelo controle do consumo de drogas.
Ver a pesquisa em Beautrais AL, Joyce PR, e Mulder RT. “Psychiatric illness in a New Zealand sample of young people making serious suicide attempts” N Z Med J. 1998 Feb 27;111(1060):44-8.


A pesquisa foi feita num país desenvolvido por pesquisadores interessados nos problemas do país.
E no Brasil? Não sabemos o que ocorre no Brasil. Quem defende os jovens contra si mesmos no nosso país?
Precisamos equipar nossos mestres e doutores para pesquisar os problemas do país e proporcionar conhecimento para a implementação de políticas públicas inteligentes.

Pesquisa Já!

Suicídios entre jovens, doenças mentais e consumo de drogas na Nova Zelândia

Um estudo feito na Nova Zelândia comparou 129 jovens que tentaram seriamente o suicídio com 153 controles escolhidos aleatoriamente. Os que tentaram o suicídio tinham taxas muito altas de desordens mentais (90%), de comorbidade (tinham mais de uma desordem ou doença) – 54% – uma história de vida marcada por desordens psiquiátricas (90%) e tentativas anteriores de suicídio. No momento da tentativa os que tentaram tinha altos níveis de desordens afetivas (71%), dependência química e uso de drogas (39%) e outras desordens. A prevenção do suicídio de jovens passa pela assistência “psi”, inclusive diagnóstico correto e tratamento com base em conhecimento atualizado. Passa, também pelo controle do consumo de drogas.
Ver a pesquisa em Beautrais AL, Joyce PR, e Mulder RT. “Psychiatric illness in a New Zealand sample of young people making serious suicide attempts” N Z Med J. 1998 Feb 27;111(1060):44-8.


A pesquisa foi feita num país desenvolvido por pesquisadores interessados nos problemas do país.
E no Brasil? Não sabemos o que ocorre no Brasil. Quem defende os jovens contra si mesmos no nosso país?
Precisamos equipar nossos mestres e doutores para pesquisar os problemas do país e proporcionar conhecimento para a implementação de políticas públicas inteligentes.

Pesquisa Já!

A legalização da maconha

Decisões que nos afetam são tomadas constantemente por pessoas sem conhecimento nem informação adequadas sobre aquele tema específico, começando pelo Presidente da República, ministros, senadores, deputados, governadores etc. Dependendo da área, ocupantes de cargos decisórios podem nem saber a quem consultar. Essa deficiência é, em parcela que creio razoável, conseqüência de um sistema universitário que permite que entremos e terminemos uma carreira sem ter noção do que passa em outras áreas. O ensino das ciências, no Brasil, tem sido particularmente deficiente e nosso cargos públicos estão preenchidos, em quase a totalidade, por pessoas que pouco ou nada sabem sobre o que a(s) ciências(s) tem a contribuir sobre aquele tema. O que é pior: muitos acham que sabem.

Discutimos, mais uma vez, a descriminalização e a legalização de drogas. Creio que os prováveis benefícios são conhecidos, dada a associação entre o tráfico de drogas e a violência.
Se forem apenas esses os termos da equação, a escolha é óbvia: descriminalização já!
Mas a equação não está completa: há um preço a pagar.

Eu subscrevo PsychiatryMatters MD e outras publicações que me informam sobre as pesquisas de fronteira em psiquiatria. No número de hoje, quarta-feira, 14 de março, há um interessante artigo sobre defeitos no cérebro e o uso de maconha entre esquizofrenicos.

O que a pesquisa sugere é a existência de defeitos no cérebro (no anterior cingulate, parte do sistema límbico; os psiquiatras acreditam que participa de integração entre a cognição e as emoções) entre pessoas que sofrem seu primeiro episódio esquizofrênico e o uso de maconha. Os autores concluem que “os resultados são compatíveis com a hipótese de que alterações estruturais na massa cinzenta em pacientes com esquizofrenia que usam cannabis podem estar associadas com a incapacidade de tomar decisões sensatas e mediam a compulsão ao uso de drogas”. Foram pesquisados 51 pacientes com o seu primeiro episódio de esquizofrenia e 56 controles, que não eram doentes mentais, usando ressonância magnética. Os usuários de maconha tinham menos massa cinzenta no anterior cingulate do que os demais pacientes, que não usavam maconha, e os controles. Os pacientes que não usavam maconha e os controles tinham volumes parecidos nas diversas áreas estudadas.

Decisões arriscadas são tomadas por pessoas que usam drogas, de acordo com um grande número de pesquisas. Os que usam maconha tendem a tomar decisões com gratificações imediatas a despeito de perdas pesadas a médio e longo prazo.

Há, claro, uma possibilidade de endogenia nas pesquisas entre esquizofrênicos: o uso de maconha reduz a massa cinzenta ou a deficiência na massa cinzenta predispõe ao uso de maconha?

Evidentemente, é uma consideração importante que merece ser estudada e entrar na equação. Porém, não aparece na equação simples (às vezes simplória) dos que apresentam a descriminalização (ou até legalização) desta ou daquela droga como uma decisão política que só tem benefícios. Temos que avaliar os custos e os benefícios.

O estudo original foi publicado no

Br J Psychiatry 2007; 190: 230-236


Pesquisa Já!